Arranhava seu pescoço,
enquanto seu quadril mexia-se para atingir o orgasmo, arranhava seu
pescoço para sentir o sangue escorrer. Sua respiração ofegante era
entrecortada por gemidos de dor. O sangue escorria. Escorria a
sanidade, escorria a loucura. Mordia o lábio inferior. Queria
amputá-lo, queria amputar a insanidade, a angústia. Seu quadril não
parava de mexer. Toda ela ardia, era uma bela pintura vermelha, linda
de se ver e provar. Suas unhas quebravam-se na carne e suas feridas
eram cada vez mais abertas. Desvanecia aos poucos. O sangue a
pintar-lhe os seios, desenhar-lhe no ventre. Seu lábio ia se
desfazendo aos poucos e da sua boca o sangue brotava como saliva. Seu
desejo encontrava ápices repetidos e toda ela tremia. E caída
ficou. Acalmou-se.