sábado, 21 de abril de 2012

Angústia


Arranhava seu pescoço, enquanto seu quadril mexia-se para atingir o orgasmo, arranhava seu pescoço para sentir o sangue escorrer. Sua respiração ofegante era entrecortada por gemidos de dor. O sangue escorria. Escorria a sanidade, escorria a loucura. Mordia o lábio inferior. Queria amputá-lo, queria amputar a insanidade, a angústia. Seu quadril não parava de mexer. Toda ela ardia, era uma bela pintura vermelha, linda de se ver e provar. Suas unhas quebravam-se na carne e suas feridas eram cada vez mais abertas. Desvanecia aos poucos. O sangue a pintar-lhe os seios, desenhar-lhe no ventre. Seu lábio ia se desfazendo aos poucos e da sua boca o sangue brotava como saliva. Seu desejo encontrava ápices repetidos e toda ela tremia. E caída ficou. Acalmou-se.